Como todos sabem eu represento várias instituições de ensino suiças, entre elas as 5 escolas que formam o Swiss Education Group, especializadas em gastronomia e hospitality. Uma das gerentes do grupo, em virtude das comemorações do dia da Suiça (1º. de agosto) publicou um texto que achei muito interessante, Traduzi e gostaria de compartilhar com vocês. Eis o que segue:
“Em 1º de agosto, no 729º aniversário da Suíça, me perguntei o que significa ser suíço. Não sou nativa da Suíça, você pode até achar que é presunçoso da minha parte abordar o assunto, mas eu estava tentando me colocar no lugar de um suiço e não questionando a identidade da Confederação. Em algum momento de sua história todos os países passam por uma busca de identidade. Portanto, quer sejam costumes, idioma ou valores - além do passaporte, é claro - o que determina quem é suíço e quem não é?
Desde que me lembro, sempre achei que a Suíça era um melting pot. O fato de quatro línguas oficiais coexistirem em um território tão pequeno por si só torna o país uma excepcionalidade cultural. E Genebra - a cidade onde mora a maior proporção de estrangeiros - não pode ser a única cidade levada em consideração. Muitas outras cidades também estão repletas de pessoas de todo o mundo, tornando difícil acreditar que 50% dos turistas sejam eles próprios suíços! Como eu estava enviando alunos de várias origens para a pátria de Heidi, fiquei ainda mais ciente desse multiculturalismo.
Se você pedisse a um não-helvético para definir a Suíça, provavelmente receberia uma lista de preciosidades: bancos, chocolate, queijo, canivetes, bolsas Freitag, montanhas, relógios cuco, relógios de pulso ... Se você fizesse a mesma pergunta a um dos vizinhos da Suíça, eles acrescentariam que os suíços são lentos, teimosos, eficazes, muito sérios, inovadores, inacessíveis, organizados e pontuais.
E se você perguntasse aos suíços o que os faz sentir-se suíços, eles diriam que são defensores das regras e regulamentos, comem 12 quilos de chocolate por ano (e são muito exigentes na hora de escolhê-lo!), votam várias vezes ao ano, não gostam de ser confundidos com alemão / francês / italiano, cultivam a paixão por queijo derretido em geral, comem fondues e racletes mesmo em épocas de muito calor, são hiper-chauvinistas sobre seu cantão de origem, não assumem posturas extremas mas sabem aceitar decisões populares contrárias às suas, desculpam-se e dizem "obrigado" com frequência, não toleram nada além de pão no fondue, consideram vacas e São Bernardo símbolos do país, sempre tem um canivete suíço no bolso que frequentemente acaba sendo confiscado no aeroporto.
Em suma, essas características também tornam a Suíça um país acolhedor. Ao contrário dos gauleses próximos, os suíços não se revoltam, mas protegem muito seus valores: abertura, diversidade cultural e autenticidade. E, sem incomodá-lo muito, eles tentarão converter todos ao seu gosto pelo consenso. Eles estão atentos às aparências e são mantenedores da paz, são neutros em um ambiente multicultural, como todo bom profissional de hospitalidade deve ser. Ainda está se perguntando como a Suíça estabelece padrões tão elevados na indústria de hospitalidade? É fácil ver: é simplesmente quem eles são” Aline Rouiller